quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

SISTEMA DIGESTÓRIO - FARINGE, ESÔFAGO E ESTÔMAGO



          Faringe
          É a passagem comum de alimento e ar, revestida por membrana mucosa e circundada por músculos. Está situada por detrás das cavidades nasal e bucal, seguida caudalmente pela laringe e esôfago. Sua forma tubular serve tanto à deglutição como à respiração, e a laringo – faringe é a parte da faringe comum aos sistemas digestório e respiratório. Comunica-se com a cavidade bucal, esôfago, cavidade nasal (através das coanas), ouvido médio (através das aberturas faríngeas para as tubas auditivas) e laringe. É composta por duas cavidades, a orofaringe e nasofaringe.

 Equino


Bovino


         Esôfago 
        É um tubo músculo-membranoso que  se estende da faringe até o estômago para conduzir o alimento, sendo dividido nas porções: cervical, torácica e abdominal (curta). Ele começa logo após o termino da faringe e acompanha a traqueia, mas na região do pescoço ele tem um pequeno desvio para esquerda, passa pelo diafragma e fígado até chegar ao estômago no cárdia.O lume do esôfago aumenta por ocasião da passagem do bolo alimentar, o qual é impulsionado por contrações da musculatura lisa de sua parede (movimentos peristálticos).No bovino tem um comprimento de 90 a 105 cm.


Bovino

Cachorro






            Estômago
            É um alargamento do canal alimentar em forma de saco entre o esôfago e o duodeno (primeira porção do intestino delgado), nele que se inicia a digestão química de praticamente todos os alimentos, além disso ele tem função de armazenamento.. Está situado logo abaixo do músculo diafragma e apresenta 2 orifícios: um proximal, na transição esôfago gástrica, o óstio cardíaco e outro distal, na transição gastroduodenal, o óstio pilórico. O estômago dos animais domésticos difere com os hábitos nutricionais, sendo que essas diferenças não acontecem somente na parte externa e no tamanho do órgão, mas também na composição das suas camadas. Quanto a forma os carnívoros, suínos e equinos apresentam um estômago unicavitário (monogástrico), enquanto nos ruminantes é pluricavitário poligástrico). Quanto a composição, os carnívoros possuem um estômago todo revestido por uma mucosa glandular coberta por células cilíndricas, já nos suínos, equinos e ruminantes o estômago tem uma camada desprovida de glândulas, e ela se estende por todo cárdia ou parte dele. As subdivisões internas do estômago são: Região cárdica, Região pilórica e região fúndica.

        Estômago Unicavitário: Tem formato de J (por isso apresenta uma curvatura maior e outra menor), recebe o bolo alimentar, insalivado do esôfago, e o estoca temporariamente. O suco gástrico, secretado pelas glândulas da parede do estômago, inicia a digestão química e enzimática do alimento. Tudo é misturado no estômago por contração da parede muscular e, gradualmente, este bolo alimentar é movido para dentro do duodeno. Apresentam uma mucosa glandular e aglandular (também chamada de pró-ventricular ou esofágica). A mucosa glandular é mais escura e apresenta três tipos de glândulas: cárdicas, fúndicas e pilóricas.










            Estômago pluricavitário: Os ruminantes apresentam um estômago pluricavitário, composto de 4  compartimentos: Rúmen, Retículo, Omaso e Abomaso. Ocupam 3⁄4 partes da cavidade abdominal e praticamente toda a metade esquerda. Os três primeiros apresentam uma mucosa aglandular, sendo também chamados de proventrículos; e o abomaso é o estômago glandular ou verdadeiro, que processa a digestão química, a custa do suco gástrico. Rúmen, Retículo e Omaso funcionam como câmara de digestão microbiana da celulose, realizando a digestão enzimática e mecânica dos alimentos. Ocorre a ruminação, ou seja, partículas de alimentos que foram deglutidas “grandes” (com pouca mastigação) voltam à cavidade bucal (através da regurgitação) para serem remastigadas e novamente deglutidas, e assim seguirem o processo de degradação e absorção dos nutrientes. Sequência do alimento:

BOCA – RÚMEN – BOCA – RETÍCULO – OMASO – ABOMASO

         Os pequenos ruminantes diferem apenas no fato que o omaso tem capacidade menor que o retículo.


             Rúmen: Saco imenso, que vai do diafragma até a entrada da cavidade pélvica e apresenta uma face parietal e outra visceral. Está dividido em dois sacos: um dorsal e outro ventral através dos sulcos longitudinais (direito e esquerdo), sulco cranial e sulco caudal. É a maior parte do proventrículo e toma a maior porção da cavidade abdominal, ocupando quase todo o antímero esquerdo. A sua mucosa apresenta-se de cor marrom escuro e com numerosas papilas grandes e cônicas. O esôfago chega à junção entre o rúmen e o retículo, em um orifício chamado cárdia. Internamente esses sulcos correspondem a pilares que recebem os mesmos nomes dos sulcos. Observa-se internamente também um orifício de comunicação entre o rúmen e o retículo chamado orifício ruminorreticular.










           Retículo: É o segundo compartimento do proventrículo, e o menor e mais cranial das 4 porções do estômago dos ruminantes. Tem formato arredondado, situa-se entre o diafragma e o rúmen, e funciona como uma “bomba” que envia o alimento para o rúmen, através do orifício ruminorreticular, para ser misturado ou para ser remastigado e tem uma mucosa em formato de favo de mel. Apresenta ainda um sulco chamado reticular que vai do cárdia até o óstio retículoomasal, sendo essa a primeira parte da goteira esofágica ou sulco gástrico. Este sulco conduz líquido do esôfago até o omaso. Em caso de ingestão de corpo estranho, este poderá ocasionar a chamada reticulite pericardite traumática, devido a sua proximidade do coração (apenas o diafragma os separam). 




               Omaso (folhoso): No bovino é um órgão esférico preenchido por lâminas musculares que se alojam em folhas, como páginas de um livro. Nos pequenos ruminantes é menor que o retículo. Fica a direita do plano mediano. Relaciona-se: craniodorsalmente com o fígado, ventralmente com o retículo e abomaso e caudalmente com o jejuno. No bovino entra em contato com a parede direita do corpo. A mucosa é guarnecida por papilas curtas rombas que trituram as fibras antes que passem distalmente para dentro do abomaso.
                Internamente apresenta pregas longitudinais de tamanhos variados e um sulco omasal, que se estende do orifício reticuloomasal (onde o alimento entra) até o orifício omasoabomasal, compondo a segunda parte da goteira esofágica ou sulco gástrico. Este sulco gástrico conduz líquido diretamente do esôfago até o abomaso, sendo isso de extrema importância durante a amamentação. Na junção do omaso com o abomaso estão as pregas de mucosa, o véu abomasal, que age como válvula para impedir retorno de material do abomaso para o omaso. É o terceiro compartimento do proventrículo. Tem forma arredondada nos bovinos e ovóides nos pequenos ruminantes.








               Abomaso: Corresponde ao estômago dos demais mamíferos domésticos. É o mais distal, tem forma de um saco delgado, e situa-se no assoalho da cavidade abdominal à direita do plano mediano. Apresenta uma mucosa glandular lisa e aveludada apresentando pregas no sentido longitudinal, denominadas pregas espirais, além de glândulas cárdicas (confinadas a uma área muito pequena adjacente ao orifício omasoabomasal), fúndicas e pilóricas, e apresenta o óstio omasoabomasal e o piloro, que demarca a junção do estômago com o duodeno (primeira porção do intestino delgado).






Fontes: http://anatomiaanimaldescritiva.blogspot.com.br/2013_07_01_archive.html
https://bloganatomiaveterinaria.wordpress.com/2014/09/10/banco-de-imagens-anatomia-veterinaria/
Apostila de Anatomia Veterinária - FUNORTE - Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves
Apostila dos Animais de produção II - Universidade Federal de Pelotas - Prof. Ana Cristina Pacheco de Araújo

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Em caso de ingestão de corpo estranho, O SULCO RETICULAR poderá ocasionar a chamada reticulite pericardite traumática, devido a sua proximidade do coração (apenas o diafragma os separam)? Não entendi direito... Vcs podem me explicar melhor ? E colocar uma foto desta patologia ?

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    1. A retículo pericardite traumática é causada pela penetração no RETÍCULO de corpo estranho metálico perfurante. Este corpo estranho passa pelo sulco reticular, mas se aloja no retículo devido a presença das pregas de seu revestimento mucoso. Como o coração e o retículo são separados pelo diafragma, esse objeto pode perfurar o retículo, o diafragma e atingir o pericárdio, causando esta patologia.
      imagem: http://andravirtual.com.br/fotos/1632862012foto.jpg

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