domingo, 1 de maio de 2016

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

O sistema reprodutor feminino tem como funções: produzir gametas (óvulos), produzir hormônios da reprodução, receber as células reprodutivas do macho, fornecer local para a fertilização do óvulo, oferecer ambiente propício para o crescimento e desenvolvimento do embrião e nutrir o neonato. É constituído pelos ovários, tuba uterina, útero, vagina e genitália externa (vestíbulo, vulva e clitóris).

Ovários
Possuem um formato elíptico e reniforme, e possuem função de realizar a ovogênese (produção de óvulos), produzir estrógeno (produzido pelo folículo) e progestágeno (produzido pelo corpo lúteo). Os ovários tem origem no córtex da gônada indiferenciada, na região sublombar, caudalmente aos rins onde as células primordiais (mesenquimais) do saco vitelino vão formar um aglomerado de ovócitos. São órgãos pares e sua localização pode variar entre as espécies: na cadela e na gata localizam-se na região sublombar, caudalmente aos rins, na égua os ovários se deslocam cerca de 8 a 10 cm da parede dorsal, na porca encontram-se no terço médio do abdômen e na vaca vão estar localizados no terço ventral do abdômen cranial ao púbis. Os ovários são constituídos pelas regiões cortical (formado por folículos em desenvolvimento) e medular (formado por vasos sanguíneos, linfáticos e nervos). Na égua as regiões cortical e medular encontram-se invertidas, ocorrendo ovulação somente na fossa ovulatória.
 
Ovário de porca (formato de cacho de uva)
Ovário da égua (formato de feijão)
Ovário da cadela (formato de amêndoa)


O ciclo ovariano consiste nas seguintes fases: desenvolvimento do folículo, maturação do folículo, rompimento do folículo e liberação do óvulo, enchimento de sangue na cavidade ovariana e início da proliferação celular e formação do corpo lúteo.



Ovário de vaca com corpo lúteo

Tuba uterina
A tuba uterina é um órgão par; são dois canais extremamente finos, que ligam os ovários ao útero. É o local onde ocorre a fertilização, e tem como função conduzir espermatozoides e óvulos em sentidos opostos, fornecendo um ambiente adequado para a nutrição dos ovócitos e capacitação espermática. A tuba uterina está suspensa por uma serosa camada, conhecida por mesossalpinge. Ela possui formato de funil e se divide em três partes: infundíbulo, ampola e istmo. O infundíbulo é formado por pequenas projeções musculares em formato de funil, e tem como função capturar o óvulo através das fímbrias. A ampola é uma porção dilatada, onde ocorre a fecundação; e o istmo é a porção de transição para o útero, transportando o zigoto.







Útero
O útero tem origem nos Ductos de Müller, é um órgão muscular oco, que forma parte da placenta e é onde ocorre o desenvolvimento pré-natal do embrião, oferecendo um ambiente adequado para isso. É composto por três camadas, camada mucosa chamada de endométrio, camada muscular o miométrio, e uma camada serosa o perimétrio. O endométrio reveste internamente o útero e contém glândulas tubulares uterinas; na vaca, ovelha e cabra encontram-se quatro fileiras irregulares de algumas elevações chamadas de carúnculas, nas quais a placenta se fixa na gestação através dos cotilédones. A união dos cotilédones com as carúnculas forma o placentoma que vai fazer a fixação da placenta ao endométrio uterino. O miométrio é a camada muscular orientada longitudinalmente, e é separada por tecido conjuntivo e um estrato vascular. O perimétrio reveste o útero externamente, e à sua margem as duas lâminas serosas do ligamento largo do útero separam-se uma da outra.


O útero é dividido em cornos, corpo e colo (cérvix ou cérvice). Os cornos são pares, cilíndricos, com extremidades afuniladas, e é o local onde ocorre o desenvolvimento do embrião. O corpo é pequeno, cilíndrico e achatado dorso ventralmente, e liga os cornos à cérvice. O colo ou cérvix é a porção final, que se comunica com a vagina. A cérvice forma um esfíncter muscular, que fica fechado normalmente e abre durante o cio e parto, e projeta-se na vagina formando 2 fundos cegos denominados fórnix. Durante o estro há secreção de muco, e durante a prenhez esse muco aumenta sua consistência e flui para o exterior, prevenindo que qualquer material infectivo penetre na vagina.


Os úteros podem ser bipartidos (corpo dividido em duas partes, dois cornos e uma cérvice), bicornuais (formado por dois cornos, um corpo e uma cérvice), simples (humanos e primatas), didelfo (marsupiais) ou duplos (coelhos e ratos).


Cadela
Porca
Ruminante
Égua


Vagina
A vagina é o segmento que representa o órgão copulatório da fêmea na qual vai do óstio uterino externo até o óstio uretral externo. É um canal elástico, muscular, interposto entre o útero e o vestíbulo, revestido com glândulas mucosas, que são responsáveis pela lubrificação da vagina no momento do acasalamento. É dividida em duas regiões: vagina propriamente dita e vestíbulo da vagina. O ponto que divide essas duas regiões é o óstio uretral externo, que corresponde a abertura da uretra para o meio externo. Nas porcas e éguas jovens, que nunca foram cobertas, existe uma dobra de mucosa localizada cranialmente ao óstio uretral externo chamado de hímen. No vestíbulo da vagina existem as glândulas vestibulares com seus ductos que se abrem lateralmente ao óstio uretral externo, essas glândulas são sebáceas e produzem ferormônios durante o cio. O vestíbulo vaginal se encontra inclinado caudal e ventralmente em relação a vagina propriamente dita, a junção da mucosa do vestíbulo com a pele é chamada de vulva. A vulva apresenta dois ângulos ou comissuras, uma dorsal e outra ventral. A comissura dorsal tem formato arredondado e a comissura ventral forma um ângulo agudo, sendo que nas éguas ocorre o inverso (ângulo ventral arredondado e ângulo agudo dorsal). Próximo ao ângulo ventral da vulva se projeta o clitóris. O clitóris fica alojado na fossa clitoridiana e corresponde ao homólogo ao pênis masculino. Nas fêmeas de ruminantes e éguas também existe um fundo cego ao redor do óstio uterino externo chamado fórnix vaginal, onde é depositado o sêmen durante a cópula.


Cadela
Ruminante
Ruminante
Ruminante
Égua
Égua
O aparelho feminino depende de ligamentos para se manter na posição, mesmo na gestação. O principal ligamento do aparelho reprodutor feminino chama-se ligamento largo do útero. O ligamento largo do útero passa pelo ovário, tuba uterina e útero, na parede dorsal do abdômen. É dividido em três regiões: Mesovário, mesossalpinge e mesouterina. No ligamento largo do útero passam as artérias e veias ovarianas e uterinas. Nas fêmeas de ruminantes existe um ligamento que prende um corpo uterino ao outro – Ligamento inter-cornual. O ligamento suspensório do ovário é mais desenvolvido nas fêmeas carnívoras e suínas, bastante espesso, que prende o ovário nas vértebras lombares. Esse ligamento se localiza entre os rins e ovários. O útero se relaciona ventralmente com o reto, o que permite a palpação uterina por via transretal.

Placenta
A placenta é uma estrutura formada pela união das membranas fetais com o tecido materno do endométrio, e tem como função nutrição, respiração, remoção de materiais residuais e produção de progesterona e relaxina. As membranas placentárias são: córion, alantoide e âmnion.
O córion é a membrana mais externa, e está em contato direto com o endométrio. Tem função de proteção térmica, proteção contra patógenos, e juntamente com o alantóide auxilia nas trocas gasosas.
A alantoide está aderida ao córion, formando a placenta, e remove as excreções produzidas pelo metabolismo do embrião.
O âmnion é a membrana mais interna, repleta de líquido; produz o líquido amniótico, que evita o ressecamento do embrião e o protege contra choques mecânicos.
Há vários tipos de placentas: placenta difusa (presente na égua e na porca, onde o córion está aderido em qualquer local na superfície endometrial); placenta cotiledonária (presente nos ruminantes, onde o córion possui estruturas ovais denominadas de cotilédones, dispostos espaçadamente por todo o córion, que ligam-se à carúncula uterina, dando origem ao placentoma); placenta zonárias (presentes nas cadelas e gatas, onde as vilosidades coriônicas ficam restritas na região média formando um cinturão); e placenta discoide (presentes nas mulheres e coelhas, onde as vilosidades coriônicas ficam dispostas formando um círculo ou disco).









FONTES:
Google imagens
Slides da Profª Drª Adriana Reis
GETTY,R. Anatomia dos Animais Domésticos, SISSON & GROSSMANN lº e 2º vol. Interamericana, RJ 5ª, l98l. 
König, H.R, Liebich, H.G. Anatomia dos Animais Domésticos. 2º vol. Editora Artmed, Porto Alegre, 2004

8 comentários:

  1. Eu gostei muito deste site, me ajudou bastante na hora dos estudos. Muito obrigada e super recomendo!

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  2. Gostei muito, só fiquei confusa com uma coisa, li em vários livros que o hímen não é evidente em vacas e vocês apostaram isso nas fotos.

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    1. Olá! Obrigada pelo seu comentário. Tem um trabalho de 2019 que tem um trecho sobre hímen em vacas: "Particularidades reprodutivas da fêmea bovina: Revisão". Abraços.

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